Arraias são as responsáveis pelos piores ataques a pescadores do Pantanal.
De cada dez pescadores do Pantanal, dois já receberam ferroadas de arraias. A ferida pode levar meses para cicatrizar.
O bicho mais perigoso da região se esconde na areia e ataca quase sempre no raso. “É a pior dor que eu já senti. Nunca senti outra dor pior. Depois que leva o ferrão, só vai passar depois de 24 horas”, diz Claudomiro Souza da Silva, pescador.
Os pantaneiros dizem que para entrar nos rios no Pantanal, o ideal é usar um pedaço de pau, mexer o fundo do rio porque se tiver uma arraia escondida, ela se espanta e vai embora. Nem sempre isso dá certo e os acidentes com arraias são frequentes. A arraia tem no ferrão uma toxina perigosa. “Nesse ferrão tem um tecido que secreta a enzima, na verdade, que causa todo aquele processo de necrose”, diz Geovane Cândido da Silva, biólogo.
Numa pesquisa com pescadores do Pantanal, o professor Cândido descobriu que o maior número de acidentes na água são provocados por bagres, que também têm ferrão. Em segundo lugar, vem as temidas piranhas. As arraias aparecem em terceiro, em número de ataques, mas são elas que provocam os ferimentos mais graves. “Pode ter sequelas bem drásticas. Tem um caso de um pescador que ficou seis meses sem trabalhar", explica.
Nem todas as arraias têm essa arma na cauda. No Brasil, existem 25 espécies de água doce. Uma delas, encontrada no rio Paraguai, pesava 50 quilos e tinha um metro de diâmetro. As arraias só atacam para se defender.
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